ALECRIM - História, propriedades medicinais e seu uso na cozinha
ALECRIM - Rosmarinus officinalis
O Alecrim, cujo nome científico, é Rosmarinus Officinalis, vem da palavra latina “rosmarinus”, que significa orvalho do mar, por seu habitat natural ser sempre próximo a um curso de água, e também, por conta do tronco principal do arbusto inclinado para a frente, lembrar o movimento das marés. É um arbusto comum, originário da região do Mediterrâneo, onde cresce espontaneamente, e sua floração dura a maior parte do ano, de setembro a maio. O orvalho do mar aparece na superfície do oceano, cuja profundeza permanece insondável, misteriosa e eterna. Da mesma forma, por sua associação com o mar, o alecrim reflete as profundezas da psiquê humana, do subconsciente, da interiorização e do mundo onírico.
Um pouco de história: No curso da história, o alecrim teve sempre seu lugar de importância nas cerimônias, pois sempre foi associado aos rituais que envolviam nascimento, casamento e morte, razão pela qual, é uma planta aromática venerada e sagrada. Por esses motivos, o alecrim deixou vários traços ao longo da nossa história.
Os egípcios o utilizavam nas cerimônias de embalsamamento, e colocavam seus ramos dentro das sepulturas dos faraós, a fim de ajudar a fortalecer a alma antes de passar para o outro mundo. Para os romanos, simbolizava o amor e a morte, por isso era plantada à soleira das portas.
Os estudantes gregos, faziam uma coroa e a usavam a fim de melhorar suas capacidades intelectuais. Os casais, usavam-no também como coroa durante o casamento, que representava o símbolo do amor e fidelidade, enquanto os convidados, recebiam ramos enfeitados com fitas coloridas.
Era usado ainda, sob os travesseiros, para afastar pesadelos e maus espíritos. Na epidemia da peste, o alecrim ficou muito popular, pois os ramos eram queimados em fogueiras para purificar o ar e em sachê, preso às vestes e rente ao corpo, para que o ar aspirado fosse purificado.
Conta-se também, que a cor natural da flor do Alecrim, era branca, e que Maria, mãe de Jesus, teria coberto com seu manto azul, um pé de alecrim que crescia na porta do estábulo, e que a partir desse dia, todas as flores tornaram-se azuis, e finalmente, porém não menos interessante, a história da "Água da Rainha da Hungria".
A história conta, que o álcool do alecrim (primeira água de colônia a ser feita com álcool), teria não somente ajudado à curar a rainha Isabelle, setuagenária, que sofria de gota e reumatismo, vivendo presa à cama, a se livrar da doença, como também, teria lhe trazido a juventude e o amor, na pessoa do Rei da Polônia, que a pediu em casamento.
Na cozinha: Foi utilizada na cozinha há mais de 500 A.C. pelos gregos e romanos. É uma erva, doce e amarga, de odor canforado, bastante utilizada nos pratos da cozinha mediterrânea. Pode-se usar em quase tudo, e vai bem nos pães, sopas, legumes, molhos, massas, peixes, batatas, aves, carnes vermelhas, pizzas, legumes recheados, pratos à base de ovos, e por que não, nos cremes, sorvetes, caldas e compotas?
Poderíamos ficar aqui horas, dias e anos, falando sobre cada uma das ervas e especiarias, viajando através do tempo à épocas remotas, e nos deleitando com todas essas histórias ritualísticas desses aromáticos, muitos deles, desconhecidos no nosso dia a dia.
Sabor: Possui um gosto adocicado, apimentado e canforado.
Propriedades medicinais: É muito utilizado na indústria alimentícia, cosmética, farmacêutica e na perfumaria.
É indicado nos casos de:
. Dispepsias, cólicas, inchaço,
. Constipação
. Fraqueza e intoxicação do fígado
. Problemas da vesícula biliar
. Infecções brônquicas, tosses espasmódicas
. Asma
. Prevenção de acidente vascular cerebral (AVC)
. Estados febris
. Gripes
. Estados de grande fadiga, esgotamento nervoso
. Dores reumáticas e nas articulações
. Dores de cabeça e enxaqueca
. Hipotireoidismo
Infusão para problemas digestivos:
1 colher de chá da planta seca, para uma xícara de água fervente. Deixe em infusão por 10 minutos e beba de 1 a 3 xícaras por dia.
Contra a fadiga:
2 colheres de chá da planta seca, para uma xícara de água fervente. Deixe em infusão por 10 minutos e beba de 1 a 3 xícaras por dia.
Água da Rainha da Hungria:
Existem inúmeras versões, e aqui está uma delas.
Misture 3 partes de tintura de alecrim, para uma parte de tintura de lavanda. Consuma 1 colher de chá diluída em um copo de água uma vez por dia (não deve ser consumida por crianças).
Em uso externo, para dores reumáticas e artrite, friccione as áreas com a mistura.
Inalação para dor de cabeça: Coloque para ferver um punhado de alecrim em um litro de água. Cubra a cabeça com uma toalha e inale o vapor, o mais profundamente que conseguir. Repita a operação até que a dor tenha passado.
Conservação: Se fresco, poderá ficar dentro de um copo com água por uns 3 a 4 dias. Seco, em vidros fechados, ao abrigo da luz, e congelado, retire-os do galho e coloque-os em formas de gelo com água, mantendo-os dessa forma sempre fresco e à mão.
Receita Relâmpago: Coquetel de Alecrim