HOLI - O FESTIVAL DAS CORES NA ÍNDIA
- valeria rodrigues alves
- 28 de fev. de 2018
- 3 min de leitura

Boa noite
Hoje, deixamos a receita que fiquei de postar, para falarmos um pouquinho sobre o Holi que começa na Índia amanhã.
Holi, também chamado de festa das cores Phâlgunotsava, Holika, ou Holikotsava – é a festa hindu do equinócio da primavera. Dedicado à Krishna (oitava encarnação de Vishnu) no norte da Índia e a Kâma (divindade do amor) no sul.

É celebrada em toda a Índia durante dois dias, na lua cheia do mês de Phalguna Purnima (1º e 02/03), o equinócio vernal, que pode ser em fevereiro ou março, de acordo com o calendário hindu.
A festa têm um fervor especial em Orissa e na região de Mathura, local de nascimento de Krishna..
Na noite do primeiro dia da festa, acende-se uma fogueira para lembrar a cremação de Holika. No segundo dia, conhecido com o nome de Ranga Panchami, as pessoas se vestem de branco, circulam com pigmentos coloridos que são atirados contra os outros. Depois de ter se sacrificado ao rito colorido, é costume se desculpar dizendo “Bura na mano, Holî hi” que significa “Não fique bravo, é o Holì”, em híndi.
É então, ocasião para compartilhar pratos especialmente preparados para essa ocasião.
As cores dos pigmentos utilizados para pulverizar sobre as pessoas, possuem um significado preciso: o verde, a harmonia, o laranja, o otimismo, o azul a vitalidade e o vermelho a alegria e o amor.

Os pós são chamados de “holi gulal”, e “rang” quando misturados com água. A princípio, as cores eram feitas pelos próprios moradores utilizando-se flores e legumes como corante, que eram secos ao sol e depois reduzidos a um pó fino. Esse pó era então misturado com amido de milho, trigo ou água, já hoje, o pó é industrializado seguindo rigorosos controles e exportados para diversos países.

Lendas
Existem muitas lendas a respeito da origem dessa festa, e a mais importante delas está associado ao demônio rei Hiranyakashipu.


Hiranyakashipu era o rei dos demônios e Vishnu tinha matado seu irmão porque ele estava aterrorizando os deuses e as deusas. Conseqüentemente, Hiranyakashipu alimentava um ódio extremo contra Vishnu e queria se livrar dele para manter os outros deuses sob seu jugo. Ele ordenou aos seus soldados que esmagassem qualquer um que adorasse Visnhu, porém Vishnu protegia a todos os seus devotos. Hiranyakashipu, se faz humilde, tornando-se asceta, para depois poder reinar sobre os três Mundos. Enquanto ele estava em suas práticas os deuses derrubaram sua cidade e destruíram seu palácio. Sua esposa, que estava esperando um filho, foi enviada para o eremitério de Sage Narada, discípulo de Visnhu, que lhe transmite todo seu conhecimento sobre Vishnu. A rainha aprendeu com Narada que o Senhor Visnhu era a alma de todas as coisas criadas e que estava presente em tudo. Prahlad, seu filho, que teve o mesmo ensinamento que a mãe, passa então a adorar Vishnu.

Hiranyakashipu, após o período de ascetismo que ele fez para impressionar Bhraham, traz então sua esposa e seu filho Prahlad para a cidade. Mas ele não tinha mudado, ao contrário, se sentia mais forte e ainda mais egoísta que antes. Ele se cria, o rei supremo e queria que todos adorassem única e exclusivamente a ele.

Hiranyakashipu tenta por diversas vezes matar seu próprio filho, porém a proteção de Vishnu pelos seus devotos o salva em todas as tentativas.
Como último recurso, Hiranyakashipu recorre a sua irmâ Holika que tinha um xale que a protegia do fogo. Então, quando seu irmão pediu para que ela se sentasse sobre do fogo com Prahlad, ela vestiu seu xale e sentou Prahlad sobre.seus joelhos. Assim que o fogo foi aceso Prahalad começa a orar pela intervenção de Vishunu.
Visnhu, ouvindo suas orações, envia uma rajada de vento no xale de Holika de maneira que ele acaba protegendo Prahlad, enquanto Holika, sua tia, é queimada viva. Então, Holi vem do nome de Holika que é a vitória do bem sobre o mal.
Por fim, Hiranyakashipu foi morto por um avatar de Visnhu: Narasimha (“Nara” = hoeme e “simha” = leão), que não era nem homem nem animal.
A Festa das Cores e sua origem
Krishna, quando era jovem, tinha um complexo por ter a pele azulada enquanto Radha tinha uma pele perfeita. Um dia, ele reclama à sua mãe, e ela sugere para procurar um pó colorido para passar no rosto de Radha. Radha amava esse jogo e igualmente as gopis (vaqueira com as quais Krishna adorava se divertir) e isso foi feito com jatos de água. E assim nasceu o costume das cores no Holi.
Em algumas regiões e estados da Índia, como em Mathura, Vrindavan, Barsana e Nadgaon, regiões associadas à Krishna e Radha, existe mais uma tradição associado ao Holi, que é o de colocar as estátuas de Krishna e Radha sobre um palanquim decorado, o qual é transportado através das ruas principais das cidade onde os devotos cantam o nome de Krishna, juntamente com ouros hinos de devoção e dançam.

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