LENTILHA
Lentilha, leguminosa originária do Oriente Médio, é um dos mais antigos alimentos cultivados pelo homem. Há diversos tipos dessa leguminosa que podem variar de tamanho, forma e cor. Nas fotos desse Post temos a amarela, vermelha ou coral, a castanha ou marrom e a beluga ou negra, lembrando que a lentilha vermelha é considerada, dentre as leguminosas, como a de mais fácil digestão. Embora cultivada em inúmeros países, a Índia, Turquia e Canadá são hoje os três primeiros produtores mundiais.
Um pouco de história: Foram encontrados traços da sua utilização na pré-história na China, Índia e Ásia Menor. Os arqueólogos supunham que era o principal alimento dos construtores das pirâmides do Egito, sendo seus grãos também depositados nas tumbas para saciar a fome dos mortos durante o curso de sua viagem.
Existe uma passagem no Antigo Testamento que narra que Isau, neto de Abraão, voltando de uma caça com fome, vendeu o seu direito de primogenitura a seu irmão Jacó, em troca de um prato de lentilha (vermelha). Essa passagem simboliza a superioridade do agricultor sobre o caçador.
Documentos comprovam ainda, que os Assírios também a conheciam, e que eram cultivadas nos famosos Jardins Suspensos. Os escritos de Plínio, faz referência a existência de uma receita à base de lentilha amassada datada do século IV A.C. Em Roma era considerada comida de pobre e fazia parte dos encontros entre camponeses. Foi somente no final da Idade Média que começou a ser mais consumida aparecendo na Europa através dos Fenícios, Cartagineses e Romanos.
Na cozinha: A lentilha deve ser sempre lavada em água corrente, e quando deixadas de molho, a água deve ser desprezada. No caso da vermelha e da amarela, cujo cozimento é rápido e fácil, não precisam ser deixadas de molho.
A lentilha pode ser usada em sopas, purês, saladas, hambúrguer vegetariano, etc. É consumida em muitos países do oriente: Dhal – Índia, Mujadara – Líbano, Harira – Marrocos, Majadra ou Mujaddara – Israel, e por aí vai.
Combina muito bem com uma grande variedade de temperos: cúrcuma; coentro e cominho em grão; gengibre; coentro fresco; leite de coco; molho de tomate; enfim, experimente e faça suas próprias alquimias.
Não posso esquecer de mencionar que na Índia ainda temos, não infelizmente aqui, a farinha de lentilha, muito utilizada em molhos, pães, doces e nos famosos e crocantes pappadums.
Sabor: doce e refrescante lembrando a castanha
Propriedades Medicinais: Rica em fibras, previne doenças cardíacas e por possuir quantidades importantes de ácido fólico e magnésio, ajudam a proteger o coração. Auxilia no processo de emagrecimento devido à presença de proteína vegetal; diminui o risco de câncer colorretal por conta de suas fibras insolúveis; auxilia no desenvolvimento e manutenção dos ossos pela presença de ferro e fósforo; protege as células contra o envelhecimento, uma vez que contêm antioxidantes; suas fibras auxiliam na normalização da taxa de açúcar no sangue e para os vegetarianos é uma excelente fonte de ferro.
Resumo: adquirir o hábito de consumir lentilha é garantia de uma alimentação saudável e equilibrada.
Conservação: Em potes hermeticamente fechados ao abrigo da luz e da umidade.
Curiosidade: Por que comer lentilhas na passagem do ano?
Segundo o que pesquisei, embora claro, sempre haja controvérsias, essa lenda é originária da Itália. Conta-se que essa tradição vem do hábito de se oferecer na passagem do ano um pequeno saco de grãos, desejando a cada um, que esses pequenos grãos se transformassem em dinheiro, trazendo dessa maneira a prosperidade. Verdade ou não, é que incorporamos essa tradição em nossas ceias de final de ano, mesmo que às vezes não dê certo sempre estamos dispostos a refazer nossos pedidos e desejar o melhor para nossos amigos e familiares.
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